segunda-feira, 29 de março de 2010

viver uma vida

Há dias em que não tenho paciência para viver uma vida que não é a minha. E ontem foi um deles. Que diabo! Eu sei que esta não é a minha vida, então porque tenho que a viver? Quando chega a minha vida? Estou farta de fazer estas perguntas ao universo e tenho sempre a mesma resposta: está quase... bolas, mas este está quase, está quase há uma data de meses! Deve ser um teste á minha paciência, claro eu que tenho pouca... Isto de viver uma vida que não é nossa não é nada fácil, bem que os outros podem dizer que compreendem, que imaginam... mentira! ninguém faz ideia do que isto é, do martírio e da angústia que vivemos todos os dias porque não sabemos onde e como estaremos amanhã. Não meus amigos... só quem passa por elas. Toda a gente me diz: "tu és forte, tu aguentas", bom e daí, pergunto? Aguento até um dia, como todos e então, lá por aguentar quer dizer que vou carregar esta cruz até quando?... Apetecia-me desaparecer daqui, ir para outro país, correr vários países para ter várias experiências, apetecia-me ser como a minha amiga... voa quando quer, o tempo que quer e pousa onde quer.

13 comentários:

  1. Acho que algures na vida, todos fazemos essa pergunta ao Universo...

    Acredita que daqui há muitas perguntas dessas e mutos pensamentos como o teu... E muitos mais meses...

    Eventualmente até pelas mesmas razões!

    E sim, muitas vezes penso que esta não é a minha vida...

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  2. Miguel:

    O teu comentário faz-me saber que não sou a única alienígena nesta terra... (olha, nem de propósito... és um ALF!)

    Não sei se é bom ou mau... mas já não me sinto tão sózinha ;)

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  3. Sou!

    Como diz no meu blogue, este mundo não é o meu mas sim onde eu vivo...

    :)

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  4. E como sabemos onde é o nosso mundo?...

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  5. Não sabemos.

    Eventualmente um dia encontraremos esse mundo... o nosso! Mas não sabemos onde está nem se isso acontecerá!

    Pelo menos é como eu vejo a coisa.

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  6. Claro que vai acontecer!

    Pertencemos a algum lado e se este não é o nosso... o nosso tem que "andar por aí"...

    É isso que me faz andar...

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  7. Pois isso também me fez andar sempre, com um sorriso, até há pouco tempo... Agora acho complicado que aconteça...

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  8. É complicado mas não é impossível!

    Qualquer dia "discutimos" isso à séria...
    ok?...

    Essa e outras questões que ficaram no ar...
    ;)

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  9. Não digo que seja impossivel, claro.

    Mas, por exemplo, quando me separei da mãe dos meus filhos, nunca senti isto. Sempre pensei que a vida continua e que um dia encontraria outra pessoa , que ia gostar dela, etc...

    Hoje, a vida continua e... ponto final!

    Mas sim, "discutimos" isso à volta de um bom tinto (que o vodka é demasiado potente para isso!).

    E outras questões!
    Provavelmente precisaremos de mais que uma garrafa...

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  10. E hás-de encontrar, Miguel...

    Provavelmente apenas precisas de "limpar" algumas coisas à tua volta, para que ela apareça.

    Eu imagino como se o nosso Ser fosse uma despensa onde guardamos uma data de coisas e, às tantas a despensa está cheia. Quando queremos pôr mais alguma coisa lá dentro, já não cabe...
    Então, há que limpar e organizar tudo primeiro para que caiba o que lá queremos guardar.

    Acredita, Miguel... acreditar é o primeiro passo para as coisas acontecerem.

    ;)

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  11. Se vou encontrar ou não... não sei.

    Também não sei se o problema é precisar de limpar alguma coisa...
    Para quem gosta de perceber as coisas é muito "não sei"...

    Mas eu acho que estou organizado, nesse sentido que falas, e nos outros também. Já tenho idade suficiente para perceber que o mundo não acaba com um desgosto amoroso. Mas o que sinto agora é diferente do que sempre senti, entendes?
    Talvez seja da idade...
    Quando somos mais novos temos a ilusão de muita coisa, fazemos muita coisa que depois vemos que não era bem como pensávamos... Estamos mais receptivos à desilusão, talvez.
    Quando chegas a uma certa idade e te dás com pessoas com uma experiência de vida similar à tua, tens a presunção que todos sabemos do que falamos... Talvez isso te faça menos receptivo à desilusão. Esperas que as pessoas saibam do que falam, do que sentem...

    Depois de tanta desilusão, acredita-se em quem?

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  12. Nada tem a ver com a idade... nem sei se tem a ver com as experiências...

    A mesma semente plantada em solos diferentes produz colheitas diferentes...

    O mesmo se passa com as pessoas! Não é por terem sofrido (ou não) como tu que sabem pelo que estás a passar ou que se solidarizam contigo! Não! Nada disso... Há gente que não aprende... (nunca ouviste esta expressão?)

    Tem tudo a ver com sintonia... e nós não estamos todos na mesma onde de frequência, definitivamente!

    Depois temos outro problema: as expectativas! E essa é a nossa maior falha! Criamos expectativas e esse é um erro que crasso...

    Em quem se acredita? Em NÓS, claro!!!

    ...

    (tu ACHAS que estás organizado... mas estarás? Eu não me refiro a organização material, refiro-me mais a organização de ideias de forma de estar, etc... - há um filme aparentemente lamechas mas a ideia está lá toda... que é a importância do encontro connosco ANTES de encontrarmos o outro, estreou na 5ªf )

    ;)

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  13. Estou organizado sim!

    :)

    Estou até mais organizado nas ideias que no resto, ainda que o resto nem esteja muito desorganizado (e hoje estou a tratar de pôr isso em dia!).

    Isto pode parecer presunção ou idiotice mas olha, cá vai! Eu sei muito quem sou. Sei as minhas qualidades, sei os meus defeitos, sei as minhas limitações. Acho que tenho uma visão de mim muito mais acertada do que a maioria das pessoas tem de si próprias.
    Dou-te um exemplo que me questionam muitas vezes. Quando eu digo que amaria, por exemplo, a mãe dos meus filhos até ao ultimo momento da minha vida, tenho a certeza absoluta que assim seria. Muita gente torce o nariz a isto... "Pois, pois!"... Tenho a certeza. Jamais olharia para outra mulher porque era aquela que eu queria amar a minha vida toda. Eu sei que é tão fácil dizer isto como questionar isto. Quem quer acredita, quem não quer, paciência. Não estou aqui a vender nada pelo que não necessito que acreditem ou deixem de acreditar.

    Sei o que quero muito bem, sei o que não quero, sei o meu caminho... Sei os meus valores. A unica preocupação que tenho é fazer dos meus filhos adultos como eu acho que deviam ser todos. Com valores de solidariedade, de amizade, de bondade, pessoas verdadeiras, que vejam mais que os seus umbigos, pessoas em quem se possa confiar.
    Muitas vezes até penso que nem devia estar a formá-los assim pois, muito provavelmente, vão sofrer por serem assim mas é nisso que acredito...

    As minhas expectativas são de esperar das pessoas que me digam a verdade. Não espero mais nada. Nem espero que façam por mim o que faço pelos outros. Ficaria desiludido a maior parte do tempo. Mas espero que se me dizem "amo-te" que no mês seguinte não me digam "esta relação não faz sentido". Claro que espero isso e nunca deixarei de esperar coisas do género.

    Portanto, eu estou mais que encontrado comigo. As unicas pessoas que me desiludem pouco sou eu (que mesmo assim me desiludo aqui e ali - sorry, não sou perfeito!), o meu irmão, que também é uma pessoa fantástica (ainda que diferente de mim), a minha mãe (que é um exemplo de capacidade, de vontade, de força, de sofrimento para alcançar os objectivos) e os meus filhos (que ainda não têm autonomia para o fazerem - mas espero que nunca façam).
    De resto...

    Ninguém tem de pensar como eu.
    Nem sequer é preciso.
    É falando que as pessoas se entendem e eu nunca me recuso a falar de coisa nenhuma. E nunca digo que "é assim porque eu quero". Dou sempre a minha razão e espero pela razão dos outros para depois ver se chegamos a uma ideia comum.

    Agora, é verdade que em determinadas coisas, que acho importantes, têm de me convencer ou nada feito. Mas falo de coisas importantes ao ponto de poder mudar alguma coisa no teu futuro, entendes?

    Sei, por exemplo, que não adianta olhar para trás. Alguém saiu do caminho que eu levava (e levo) porque não quis vir mais e tenho a perfeita noção que não voltará. É uma pessoa que saiu da minha vida para sempre. Mas isso não me impede de ter pena disso e de pensar que as coisas podiam ter sido bem diferentes...
    Saiu da minha vida mas não saiu de dentro de mim. Acho que nunca sairá. A minha ex-mulher, que não me diz muito hoje em dia, não saiu da minha vida porque temos filhos em comum, nem saiu de dentro de mim porque, apesar das merdas que fez, eu ameia e não lhe desejo mal. Noutras circunstâncias teria até gosto em ajudá-la em certas coisas. Mas é uma mulher fora do baralho. Até te podia dar uma situação concreta - mas tinha de ser com um copo de tinto - mas não é importante.

    Hoje, o meu descredito nas pessoas é muito grande. E temo que isso afecte muito a minha visão de muita coisa daqui para a frente. Mas não digo que vai ser assim de certeza, percebes?

    (bem, que testamento!)

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